domingo, 18 de novembro de 2012

Maior jornal da Espanha faz elogios a Dilma e ao Brasil


O espaço dedicado a Dilma no El Pais é um retrato dos novos tempos. Até recentemente, a Espanha e suas empresas miravam o Brasil como um território a mais na sua reconquista da América Latina. E companhias ibéricas, como o Santander, a Telefônica e a Iberdrola, foram os grandes atores da privatização de setores como o financeiro, o de telecomunicações e o de energia no Brasil. Hoje, a Espanha está mergulhada em profunda recessão, com mais de 25% da população desempregada, e pede ajuda ao Brasil para que invista no outro lado do Atlântico e para que conceda vistos a profissionais qualificados.
Dilma, 'la fuerte', é, portanto, uma das esperanças de salvação do governo espanhol. Ao editor Cebrián, a presidente brasileira enviou mensagens importantes sobre como enfrentar a crise. 'O problema europeu não é seu estado de bem-estar social, mas sim o fato de terem aplicado soluções inadequadas contra a crise, que resultaram num empobrecimento da classe média', disse Dilma. 'Se continuarem assim, vocês produzirão uma recessão generalizada'.
A presidente lembrou que o Brasil incorreu no mesmo erro. 'Nós vivemos isso. O Fundo Monetário Internacional nos impôs um processo que chamaram de ajuste e agora definem como austeridade. Era preciso cortar todos os gastos, tanto correntes como de investimento. Esse processo gerou a quebra de praticamente toda a América Latina na década de 80'.
Cebrián destacou em seu texto que Dilma é hoje considerada uma das três mulheres mais poderosas do mundo, ao lado de Hillary Clinton, secretária de Estado dos Estados Unidos, e Angela Merkel, chanceler alemã. Como Hillary deixa o cargo no fim do ano, restam duas: Dilma e Merkel, que apontam visões distintas sobre como enfrentar a crise. Enquanto a alemã simboliza a austeridade, Dilma defende políticas contracíclicas, como tem sido feito no Brasil desde 2008.
A presidente brasileira afirmou ao jornalista espanhol que expôs seus pontos de vista à chanceler alemã. 'Disse em todas as reuniões do G20 que a Europa passa por algo que já experimentamos na América Latina. Há uma crise fiscal, uma crise de competitividade e uma crise bancária. E as receitas aplicadas estão causando uma recessão brutal. Sem investimento, será impossível sair dela', disse. 'É preciso pagar as dívidas, mas também é preciso tempo para que os países o façam em condições sociais menos adversas; não apenas por razões éticas, mas também econômicas.'
Dilma disse ainda que o euro é um projeto inacabado, apontando o que talvez seja a saída para a Espanha – uma autonomia monetária maior, que permita ao país maior flexibilidade para enfrentar a maior recessão de sua história. Ela disse ainda que 'distribuir renda é uma exigência moral, mas também uma premissa para o crescimento.'
O fato incontestável é que o Brasil passou a ser ouvido com respeito cada vez maior dos interlocutores internacionais. Dilma é chamada de 'la fuerte' sobretudo porque o Brasil também apresenta hoje uma boa solidez econômica. (Informações do BR247)

Fonte: Blog do Magno

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