terça-feira, 14 de outubro de 2014

Aeroporto de Aécio Neves era usado para rota internacional de tráfico de drogas, diz jornal


Denúncias cada vez mais constantes a respeito das irregularidades em relação ao aeroporto de Cláudio (MG) ganham novos episódios, dessa vez envolvendo a polêmica pista de pouso com o tráfico de drogas. Primeiro foi o jornalista Leonardo Dupin quem escreveu a respeito, com texto publicado no blog do Juca Kfouri; em seguida, veio um artigo de Hélcio Zolini, diretor institucional da Rede Record de Minas. Artigo esse que menos de 24 horas depois foi retirado do ar.

Em 2012, o empresário Tancredo Aladim Rocha Tolentino – filho do ex-prefeito de Cláudio, Múcio Tolentino, e primo de Aécio Neves, mais conhecido na pequena cidade como apenas “Quêdo”- foi preso pela Polícia Federal durante a operação Jus Postulandi, que investigava uma quadrilha de venda de habeas corpus para traficantes. Meses depois, ele tentou ainda se candidatar à prefeitura de Cláudio.

As suspeitas, no entanto, vão além apenas do esquema para obter libertação para traficantes de drogas presos: envolvem também um desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Hélcio Valentim de Andrade Filho, que após recebimento do dinheiro, expedia o alvará de soltura dos traficantes.

A polícia também investiga se o aeroporto de Cláudio foi utilizado como rota para o tráfico de drogas, uma vez que já é pública a informação de que o helicóptero da empresa Limeira Agropecuária, da família do senador Zezé Perrela, apreendido no Espírito Santo transportando 445 quilos de cocaína em novembro passado, chegou a pousar antes em um ponto do povoado de Sabarazinho (apenas 14 km de distância do aeroporto mineiro de Cláudio), três horas antes de seguir viagem para um sítio na cidade capixaba de Afonso Cláudio. A PF chegou a tal confirmação baseando-se no rastreamento do GPS do helicóptero, assim como nas anotações do plano de voo dos pilotos.

A parada em um ponto de Sabarazinho aconteceu três horas e meia antes da apreensão da aeronave por policiais militares e federais em um sítio em Afonso Cláudio, no Espírito Santo. O valor da carga é estimada em R$ 10 milhões, podendo multiplicar por dez com o refino. Segundo o inquérito da PF, o carregamento foi feito em Pedro Juan Cabalero, no Paraguai, e tinha como possível destino Amsterdam, na Holanda, o que configura tráfico internacional.

Aeroporto usado por Aécio Neves

No dia 20 do mês passado, reportagem do jornalista Lucas Ferraz, da “Folha de S.Paulo”, revelou que Aécio Neves construiu a pista na fazenda que pertenceu a seu tio-avô, além de ficar próxima a uma propriedade da família do candidato. Na última semana, Aécio Neves admitiu que já usou a pista, mesmo o espaço ainda não tendo sido homologado pela Agência Nacional de Aviação Civil.

O investimento do governo mineiro para a construção da pista foi de R$ 14 milhões. Cláudio tem 25 mil habitantes e está distante 50 quilômetros de Divinópolis, onde já existia uma pista de pouso e decolagem.O cruzamento dos dois escândalos – do helicóptero e da pista – é comprovado pelos documentos considerados sigilosos do inquérito da Polícia Federal (PF), que este repórter teve acesso.

A PF constatou, com base no rastreamento do GPS do helicóptero e nas anotações do plano de vôo dos pilotos, ambos apreendidos e examinados pela perícia técnica, que o helicóptero carregado com quase meia tonelada de pasta base de cocaína parou em um ponto próximo ao povoado de Sabarazinho. Segundo o inquérito da PF, no dia 24 de novembro de 2013, às 14h17, aproximadamente três horas e meia antes do helicóptero ser apreendido pela polícia no município de Afonso Cláudio, no Espírito Santo, a aeronave ficou parada por trinta minutos numa fazenda do povoado, onde duas pessoas aguardavam o pouso com galões de combustível.

A localidade fica a 14 quilômetros da pista de Cláudio e também das fazendas da família Tolentino, onde nasceu Risoleta Neves, esposa de Tancredo Neves e avó de Aécio Neves.O município de Cláudio chega, inclusive, a ser citado no inquérito na análise das mensagens telefônicas dos pilotos, que foram captadas pelas Estações de Rádio Base (ERB), que são os equipamentos que fazem a conexão entre os telefones celulares e a companhia telefônica.



As respostas acerca da apreensão dos 450 kg de cocaína no ano passado nunca foram claramente oferecidas pelas autoridades. A culpa caiu na conta do piloto, e não houve reverberações sobre o caso – até o surgimento dos polêmicos aeroportos construidos durante a gestão de Aécio Neves como governador.

Aeroporto de Cláudio e o tráfico de drogas



Polêmicas envolvendo Aécio Neves com cocaína

O então coordenador de mídias sociais da campanha de Eduardo Campos (PSB), Marco Bahé, caiu após publicar no 
Facebook
 uma frase insinuando que Aécio Neves (PSDB) seria usuário de cocaína.

Bahé escreveu: “Vai ter Coca, Aécio Neves”.

Abriu uma crise na campanha de Campos, com o afastamento de Bahé, e causou mal estar com Aécio.

O assunto foi notícia até nos redutos demotucanos da mídia. Apareceu na revista Veja online, Estadão e no portal do jornal "O Globo".

Isso mostra que o assunto virou um pesadelo para a campanha de Aécio lidar.

Dúvidas sobre da vida pessoal de um político, talvez não seja tão decisivo assim na hora de votar, influenciando apenas alguns segmentos do eleitorado. Quem não quer acreditar não acredita, outros que querem acreditar acreditam, e outros pouco se importam, se o candidato tiver consistência suficiente para o eleitor prestar atenção em outras coisas.

Mas no caso de Aécio o buraco é mais embaixo. Já lhe falta consistência para chamar atenção por idéias e propostas (a não ser as "medidas amargas" da turma endinheirada do mercado financeiro). E independentemente dele ter admitido que já fumou maconha, e negar que foi usuário de cocaína, tem outras coisas que não ajudam em sua imagem, como a recusa dele em soprar o bafômetro quando foi parado em uma blitz de trânsito na madrugada do Rio de Janeiro, com carteira de motorista vencida.

Como se não bastasse, estava usando um carro de luxo no Rio como se fosse carro de serviço de uma rádio em Belo Horizonte, o que, para um pobre mortal, que não é senador do PSDB, costuma dar sérios problemas junto à Receita Federal.

O caso do bafômetro não é apenas questão pessoal de gostar ou não de beber. É o mau exemplo que dá ao negligenciar os riscos de misturar bebida e direção, o que pode resultar em tragédia na vida dos outros que não tem nada a ver com a decisão de uma pessoa encher a cara.

Na época da blitz, foi a principal manchete de capa dos jornais populares do Rio.

Fonte: Plantão Brasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário