quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Impeachment para quem?


Foto: Conversaafiada

A onda do momento é falar no Impeachment da presidenta Dilma. Não se fala em outa coisa a não ser isso, aliado ao pano de fundo da Operação Lava Jato da Polícia Federal que fez vir a tona um escândalo bilionário de desvios de recursos e pagamentos de propinas na Petroras. Além disso, os institutos de pesquisas apontam a queda acentuada na popularidade da presidenta após tamanha crise na estatal e a subida do preço da gosolina.
O que muita gente não pára para pensar é quem divulga tais notícias e a serviço de quem elas são exibidas nos telejornais na TV ou impressas nos jornais e nas revistas. Quem de fato quer o impeachment da Dilma? Quem ganharia com isso: o país que viu nos últimos 12  anos a sua conomia se transformar na sexta do mundo, ultrapasando o poderoso Reino Unido  da Rainha Elizabete? Os sertanejos nordestinos que viram sua fome ser morta com o auxílio recebido mensalmente do governo e o maior aumento real do salário mínimo das últimas décadas? Os jovens que não tinham acesso às universidades federais e hoje lotam elas? Ou os eleitores insatisfeitos do derrotado Aécio, aliados à elite brasileira feita de poderosos grupos empresariais, entre eles a Globo da Família Marinho -a mais rica família do Brasil segundo a Forbes/2014- e a Família Civita dona da VEJA, que passa por uma crise econômica sem precedentes podendo culminar no fechamento da mesma e na falência do Grupo Abril?
É preciso ver além dos meros fatos expostos nos telejornais Globais, que fazem questão de mostrar as falhas dos governos petistas de Lula e Dilma, maximizando-os e escondendo os podres que existem desde o governo FHC, minimizando-os, a ponto de tentar criar na sociedade brasileira a ideia de que o governo PSDBista foi puro e reto, sem nenhum tipo de corrupção.
Mas quem não lembra do afundamento da plataforma P-36 no governo de FHC, devido ao sucateamento da Petrobras para sua posterior privatização como fez com diversas estatais nossas, alegando que não valiam nada? Lembram da Vale do Rio Doce, vendida por FHC por dar prejuízos ao país? Em pouco tempo de vendida,  bateu recordes de exportação de minérios e é hoje a segunda empresa de mineração do mundo, mas não é mais nossa.
Hoje FHC vem com seu puritanismo falar de corrupção, desvio de verbas e tantos problemas no governo petista, mas como pode o sujo falar do mal lavado? Aprendi com meus pais que isso chama-se hipocrisia. Foi justamente no governo dele que a dívida externa bateu recordes e tornou-se uma das maiores do mundo. O FMI ditava às regras do jogo e mandava no Brasil. O desemprego era alarmante. As desigualdades sociais gritantes, embora FHC seja sociólogo de formação e um dos mais respeitados do país. Andando de mãos dadas com o capitalismo neolibral, o PSDB e seu governo vendia o Brasil a preço de banana e tinha a Petrobras  também na lista de empresas a serem privatizadas.
Hoje a Petrobras é a quarta maior empresa petrolífera do mundo, com expectativas de ser em pouco mais de 5 anos a segunda. Tem a maior tecnologia de perfuração de poços de petróleo em profundidade do mundo, alcançando jazidas 7 km abaixo  oceano. Nem os EUA dominam essa tecnologia.
Crise na Petrobras? Que crise? Estamos prendendo ladrões, empreiteiros, diretores de multinacionais envolvidos no escândalo, políticos e tantos outros. A crise é vendida pela  mídia, que funciona em prol das empresas multinacionais internacionais que visam afundar a Petrobras e sua história, sua maior concorrente no mercado. Um país que nunca viu tantos casos de corrupção serem notícia, estranha, afinal, antes tudo era escondido, maquiado, para se vender a falsa ideia de uma país sem corruptos.
O que o PSDB e a Direita querem, aliados aos poderosos empresários e famílias ricas do Brasil, é ver o pobre novamente nas mãos deles, é ver o país em suas mãos. Querem  novamente manipular nossas vidas, tirar os direitos constitucionais conquistados nos últimos anos pela classe menos favorecida e pelo proletariado.
O impeachment está na cabeça  daqueles que perderam as eleições, na tela da Globo e nas páginas da VEJA. Para os nordestinos que hoje tem um carro ou uma moto, que não fogem mais da fome, que tem acesso a internet, não há crise, mas prosperidade. Para os jovens que estão formados numa universidade pública e trabalhando em seu primeiro emprego, nunca houve crise. A crise está sendo criada por aqueles que sempre foram especialistas em manipular o povo e o país e hoje estão fora do cenário político nacional.

João Paulo Lima
Graduado em Geografia pela UPE
Especializando em Gestão Pública pelo IFPE
Diretor do Portal Surubim

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