segunda-feira, 11 de maio de 2015

Governo de PE estabelece calendário de reposição de aulas perdidas na greve dos professores

Enfrentando antigos problemas, professores retomaram as aulas na última terça (5). / Foto: Guga Matos/JC Imagem

Enfrentando antigos problemas, professores retomaram as aulas na última terça (5).

Foto: Guga Matos/JC Imagem

O calendário de reposição dos 18 dias letivos perdidos na greve dos professores, em Pernambuco, será cumprido de acordo com as necessidades e o grau de envolvimento na paralisação de cada escola. A decisão foi tomada, na manhã desta quinta-feira (7), na sede da Secretaria Estadual de Educação, em reunião entre o órgão e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe). 
"O governo apresentou alguns parâmetros que devem ser considerados dentro dessa proporsta de reposição, mas reforçamos as diferentes situações que temos nas escolas. São especificidades, em diferentes regiões do Estado, que devem ser levadas em consideração", pontuou o presidente do Sintepe, Fernando Melo.
Segundo a Seduc, a construção do cronograma específico de cada escola será realizada pelo seu gestor, com a supervisão da Gerência Regional de Educação e acompanhamento do órgão, que monitorará a reposição de aulas. A secretaria listou alguns parâmetros de compensação das aulas, como a ampliação da jornada diária dos professores, a utilização de sábados e de dias de recesso de julho.
Fernando Melo afirmou que a prioridade é o conteúdo. "As questões periféricas são secundárias. O Sintepe e a Seduc entraram num consenso que é não prejudicar o conteúdo", disse. De acordo com o presidente do Sintepe, a categoria considerou o encontro com a secretaria positivo. "A expectativa é de que a reposição não seja considerada um castigo para a categoria, mas um compromisso histórico, que sempre fizemos questão de cumprir", revelou Fernando Melo.
Nesta sexta-feira (8), o sindicato se encontrará com a Procuradoria-Geral do Estado para discutir mediação junto à Justiça para suspensão da multa diária arbitrada em R$ 30 mil, depois R$ 80 mil, pelo governo. Próxima quarta (13), os professores se reunião para discussão sobre pauta de reivindicações. Segundo Fernando Melo, a audiência tratará de pontos sem repercussão financeira, como as condições de trabalho dos professores. No dia 15, o governo deve apresentar uma nova proposta salarial à categoria, com impacto já neste semestre. No dia 21, os professores promoverão assembleia geral para decidirem se retomarão a greve.

Na última terça-feira (5), os professores retomaram as aulas. A decisão de suspensão da greve, após 24 dias, foi tomada em assembleia realizada no Centro de Convenções, em Olinda, na segunda (4). A paralisação foi encerrada devido ao ofício apresentando pelo governo, em que as penalidades dos professores seriam "perdoadas".

REIVINDICAÇÕES
A principal exigência dos professores é o cumprimento da Lei do Piso Salarial (11.738/2008), que prevê o reajuste de 13,01% a todos os professores da rede e não apenas aos profissionais com nível médio (antigo magistério), cerca de 10% da categoria. Com isso, dos 49.816 docentes (23.165 ativos 26.651 inativos), 45.750 ficam sem aumento e profissionais com dez anos de serviço e licenciatura plena recebem reajuste de 0,89%.

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