Há quem tenha olhos
quase sem ter olhar.
E é possível ter os olhos apagados,
e ter olhar.
Há olhares que se fecham
e olhares que deixam entrar.
Há olhares rasos
e olhares em que se pode mergulhar,
como águas fundas...
Há olhares inexpressivos
que nada dizem
porque nada têm a dizer.
E olhares com mensagens riquíssimas
e que se deixam captar
desde que haja
antenas de amor.
(Dom Helder Camara, em "Um olhar sobre a cidade" - Paulos, 1995)
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