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A ERA DIGITAL ACABOU COM OS TEMPOS EM QUE A GLOBO, OU QUALQUER EMPRESA TRADICIONAL DE MÍDIA, PODIA SE DAR AO LUXO DE PAGAR SALÁRIOS EXTRAVAGANTES A GENTE QUE NÃO VAI SER APROVEITADA
A questão dramática, para o futuro da Globo, está na receita publicitária, que é responsável por praticamente 100% de seu faturamento.
Os anunciantes estão migrando em velocidade cada vez maior das mídias convencionais – incluída a tevê – para a internet.
No mundo, a internet já é a segunda maior mídia em faturamento publicitário, pouco atrás da tevê. A diferença é que a internet cresce aceleradamente enquanto a tevê está estagnada.
Neste ambiente, não surpreendeu uma previsão do presidente da Netflix. Segundo ele, em 2030 a tevê como conhecemos terá desaparecido.
Com suas receitas altamente ameaçadas, a Globo tem que se defender ferozmente nas despesas.
É dentro dessa lógica que se deve compreender a decisão de levar Jô para um estúdio mais barato, sem plateia, e talvez também sem o sexteto. (leia aqui)
Todos os programas da Globo batem sucessivos recordes de pior audiência da história da emissora, do Jornal Nacional ao Fantástico, do Faustão às novelas.
O faturamento publicitário da Globo, hoje, é absolutamente incompatível com sua audiência. A Globo vem cobrando mais caro dos anunciantes por uma entrega para cada vez menos pessoas.
Isso se explica, em boa parte, a uma invenção de Roberto Marinho chamada Bônus por Volume, o BV. As agências recebem bonificações caso optem pela Globo.
Mas é uma questão de tempo que os clientes se insurjam contra isso. Ninguém gosta de colocar cada vez mais dinheiro num meio cada vez menos visto.
É provável que, como aconteceu com as revistas, algum grande anunciante saia da Globo, num futuro bem próximo, e carregue com ele o chamado efeito manada.
A internet jamais trará à Globo o dinheiro e a influência da tevê: é um meio fragmentado, em que a vantagem competitiva é dos nativos, e não das grandes companhias.
A Globo é a Abril amanhã, um colosso lutando pela sobrevivência numa paisagem inóspita e potencialmente letal.
Para retardar a queda, porque evitá-la é impossível, resta trabalhar obsessivamente na coluna de custos.
É aí que se encaixam Xuxa, Jô e muitas coisas que fatalmente ocorrerão daqui para a frente.
Fonte: pocos10.com.br
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