O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado disse em delação premiada que o presidente em exercício, Michel Temer, pediu a ele que obtivesse doações eleitorais para o ex-deputado federalGabriel Chalita, que na época estava no PMDB, para a campanha à Prefeitura de São Paulo em 2012. Temer nega irregularidades (leia nota ao final desta reportagem).
A informação do pedido de doação já havia sido revelada pela TV Globo em 27 de maio, no Jornal Nacional. Nesta quarta (15), a delação foi tornada pública pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e novos detalhes vieram à tona, como o valor da doação.
Em depoimento aos investigadores da Operação Lava Jato, Machado narrou um encontro que teve com Temer em setembro daquele ano. Na ocasião, ele diz que acertou o valor de R$ 1,5 milhão para a campanha, pagos pela construtora Queiroz Galvão ao diretório do PMDB.
"O contexto da conversa deixava claro que o que Michel Temer estava ajustando com o depoente [Machado] era que este solicitasse recursos ilícitos das empresas que tinham contratos com a Transpetro na forma de doação oficial para a campanha de Chalita", diz trecho da delação.
Em relação ao pedido de Temer, Machado explicou que fez contato diretamente com os executivos da empreiteira Queiroz Galvão, Ricardo Queiroz Galvão e Idelfonso Colares. O valor, acrescentou, era oriundo do pagamento de vantagem indevida pela empresa em contratos que ela possuía junto à Transpetro.
Machado afirma que, em 2012, durante a campanha, foi procurado pelo senador Valdir Raupp, à época pApós ter sido procurado por Raupp, Machado diz ter ligado para Temer e marcou um encontro na Base Aérea de Brasília. A data, segundo Machado, foi próxima à eleição em 2012. Ele diz que os dois conversaram em uma sala reservada, ao lado da sala reservada à Presidência da República.
Ele diz que Temer relatou problemas no financiamento da candidatura de Chalita e que, então, Machado disse que faria um repasse através de doação oficial no valor de R$ 1,5 milhão. A doação foi feita pela Queiroz Galvão ao diretório nacional do PMDB. O contato para a doação, segundo Machado, foi feito com Ricardo Queiroz Galvão e Ildefonso Colares.
Em conversa gravada com Sarney e revelada no fim de maio, Machado menciona o encontro com Temer, que segundo ele serviu para discutir contribuições à campanha do "menino", que para os investigadores era Gabriel Chalita.
Na ocasião, Temer negou que tenha pedido doação a Machado para Chalita. Ele disse também que não foi candidato nas eleições municipais de 2012 e não recebeu nenhuma contribuição. Michel Temer disse também que nunca se encontrou em lugar inapropriado com Sérgio Machado.
Nota de Michel Temer
A assessoria de Michel Temer divulgou a seguinte nota:
"Em toda sua vida pública, o presidente em exercício Michel Temer sempre respeitou estritamente os limites legais para buscar recursos para campanhas eleitorais. Jamais permitiu arrecadação fora dos ditames da lei, seja para si, para o partido e, muito menos, para outros candidatos que, eventualmente, apoiou em disputas.
É absolutamente inverídica a versão de que teria solicitado recursos ilícitos ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado – pessoa com quem mantinha relacionamento apenas formal e sem nenhuma proximidade."residente do PMDB, que disse que Temer precisava ajudar seu candidato à prefeitura de São Paulo.
Fonte: G1
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