domingo, 11 de outubro de 2015

Papa luta contra o Impeachment de Dilma

VATICANO ALIA-SE AO PLANALTO Papa Francisco sai em defesa da presidenta Dilma Rousseff na semana em que os golpistas arregimentam todas as suas energias para tentar levar adiante o golpe do impeachment, cujas consequências podem levar ao impasse político em meio à crise econômica, intensificando luta de classes no Brasil.



O Papa Francisco pode estar por trás da declaração do Secretário Geral da CNBB, D. Leonardo Ulrich Steiner, ao Valor Econômico, sexta feira, 02.10, de que não representa solução o processo de impeachment que a oposição[ golpista lacerdista antinacionalista] tenta conduzir contra a presidenta Dilma Rousseff.

Estaria, sobretudo, faltando comprovações abalizadas sobre o assunto entre os maiores especialistas com os quais a Igreja tem dialogado, buscando o entendimento amplo.

Igualmente, falta diálogo entre as forças políticas brasileiras, no cipoal partidário produzido pelo modelo político, tocado por financiamento privado de campanha eleitoral, que determina o poder econômico no comando do Congresso, na avaliação do Secretário Geral.

Choca essa carência de entendimento, especialmente, no momento em que o Vaticano trabalha pela aproximação dialógica Cuba-Estados Unidos, ganhando sonoridade global o gesto papal em favor da conciliação entre os dois países.

D. Leonardo se pronunciou sobre assunto tão candente depois de encontrar com o Sumo Pontífice em Roma na semana anterior à viagem deste a Cuba e aos Estados Unidos, segundo apuramos.

Não soa estranha, portanto, a observação do Bispo D. Leonardo quanto à carência de diálogo entre as forças políticas no Brasil, sabendo que o que mais busca o titular do Vaticano é justamente a aproximação Cuba-Estados Unidos para acelerar entendimentos positivos na superação dos impasses.

Há, pelo menos, um ano antes da troca de embaixadas entre os dois países, o Papa intermediou aproximação  Washington-Havana.

Nesse sentido, estariam ou não as palavras do Secretário Geral sintonizadas com conversas que manteve com Francisco antes da entrevista ao jornal de economia mais influente do País, que, aliás, sequer deu chamada de primeira página para tão importante assunto?

Teria o Secretario Geral se disposto a falar sobre tema tão espinhoso, sem antes acordar-se com seu chefe maior, no Vaticano?

Ou teria ido a Roma, especificamente, para tratar do mesmo, dada sua importância máxima para a vida do País de maioria católica mais expressiva do mundo?

O Papa, por sua vez, teria ou não concordado com o Secretário Geral relativamente às declarações dele?

Evidentemente, se o Papa ponderasse que não seria conveniente tocar em tal assunto nesse momento, o Secretário Geral teria, ainda assim, contrariado recomendação papal?

Ou ambos, depois de dialogar sobre a situação brasileira, resolveram por bem ser conveniente à Igreja expressar-se dentro das suas possibilidades de influir nos acontecimentos, numa linha de pacifismo político diplomático?

Nesses termos, as declarações de D. Leonardo  representariam ou não, tacitamente, concordância papal sobre necessidade de a Igreja posicionar contrariamente ao processo de impeachment, cujas consequências políticas são incógnitas totais, quanto ao desenrolar político de tal fato realmente impactante para a vida nacional, para o bem e para o mal?

Teria ou não Francisco, como primeiro papa sul-americano, argentino e peronista, interesse em influir nos acontecimentos políticos, no Brasil, no sentido de promover o bem, segundo o entendimento do Vaticano, na medida em que não vê como solução o processo de impeachment, conforme declarou o Secretário Geral?

O Secretário Geral da CNBB diria algo dessa natureza sem estar inteiramente sintonizado com a diplomacia do Vaticano?

Ora, se a Santa Sé, politicamente, luta para aproximar Cuba dos Estados Unidos e vice-versa, empenhando-se pela remoção do bloqueio comercial imposto por Washginton a Havana há mais de cinquenta anos, por que não faria o mesmo para evitar rachas políticos no Brasil que, fatalmente, emergiriam de eventual e previsível tumultuado processo de impeachment?

Seria ou não, enfim, calculada a declaração de D. Leonardo, combinada com o Papa, para dar recado aos brasileiros de que o Vaticano considera perigoso politicamente o golpismo lacerdista antinacionalista que a oposição brasileira tenta contra a democracia brasileira por ainda resistir à derrota eleitoral de 2014?

Em suas declarações ao Valor Econômico, D. Leonardo, diplomaticamente, critica o modelo político que estimula procriação partidária sem limites e vê nele raíz dos desentendimentos partidários e fonte de conflitos que dificultam o diálogo nacional.

Não é à toa que a CNBB se aliou às correntes nacionalistas defensoras do fim do financiamento de empresas privadas às campanhas eleitorais, por entender estar aí a fonte da corrupção e represenar primeiro passo para efetiva reforma política capaz de democratizar poder político no Brasil.

A CNBB não discorda da necessidade do ajuste fiscal, mas lembra que o processo político em marcha, de viés nacionalista, nos últimos anos, contribuiu para minorar as desigualdades sociais, de modo que essa caminhada precisa seguir adiante, em meio às dificuldades econômicas.

Ou seja, o ajuste fiscal não pode, na avaliação do Secretário Geral da CNBB, afetar o social, sob pena de conflitos de classe se intensificarem, no ambiente de paixões que eventual julgamento de impeachment despertaria, levantando ódios e violências.

A CNBB vê aumento de imposto como mais sacrifício aos pobres, de modo que se for necessário aumento de carga tributária, que esta ocorra para não sacrificar mais os mais necessitados, indo em cima dos que podem pagar por que ganham mais.

Estaria a Igreja a favor ou na da CPMF que tem esse espírito essencial como proposta, de cobrar mais de quem ganha mais?

A Operação Lavajato, para D. Leonardo, é a comprovação da influência do poder econômico sobre o processo político, razão pela qual a Igreja aplaude decisão do Supremo Tribunal Federal que votou pela inconstitucionalidade do financiamento privado de campanha eleitoral.

A CNBB, portanto, está inteiramente mergulhada nos assuntos políticos brasileiros no contexto explosivo do processo de impeachment e toma partido consequente aos interesses da Igreja, na linha de Francisco.


Fonte:independenciasulamericana.com.br

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