O que parecia óbvio para muita gente agora ganha confirmação de viva voz: o impeachment da presidente constitucional Dilma Rousseff foi articulado por próceres do PMDB para assegurar a impunidade de investigados e suspeitos na Operação Lava Jato.
O repórter Rubens Valente obteve gravação de conversa de março entre o atual ministro do Planejamento, Romero Jucá, e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. Ambos peemedebistas.
“Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria'', disse Jucá, em sentença que entra para a história da política e da politicagem nacionais.
Machado disputa com o correligionário para ver quem é mais claro: “É um acordo, botar o Michel [Temer], num grande acordo nacional''.
Jucá: “Com o Supremo, com tudo''.
Machado: “Com tudo, aí parava tudo''.
Jucá: “É. Delimitava onde está, pronto''.
A conversa tratava de investigações sobre corrupção no âmbito da Lava Jato.
Cada um interpretará como quiser.
É preciso ser craque em malabarismo retórico para ignorar lição mais evidente: a conspiração que derrubou Dilma, em abril na Câmara, e em maio no Senado, prestou-se a manter impunes aqueles que historicamente aprontam sem ser punidos.
Ecoa a voz do ministro de Temer: “Com o Supremo, com tudo''.
Não é só Romero Jucá quem tem de ser demitido.
Michel Temer deveria ser o primeiro.
Fonte: blogdomariomagalhaes.blogosfera.uol.com.br
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