A ÁGUA CHEGOU. COMEMORAR OU CRITICAR?
//OPINIÃO// Estupidez à parte, a política repete em Surubim os erros das torcidas de futebol. Num cenário em que o deslize do adversário "vale um gol", faltam propostas, sobram malquerenças e questionamentos. Será que a prioridade é, de fato, a necessidade do povo? Ou vale apostar no insucesso do adversário como vitamina para perpetuação do poder, ainda que o povo "pague o pato" por isso?
O momento simbólico que inaugurou o retorno da água de Pedra Fina para Surubim, nesta segunda (26), fechou questão sobre duros embates entre o governo municipal e oposição.
De um lado, o PSB - tendo o restabelecimento da água como quesito de honra, após colapso da barragem de Jucazinho, exaurida com apenas 0,3% de sua capacidade total, após 6 anos de estiagem. Na outra ponta do cabo de guerra, o grupo "testa de ferro" da Prefeitura - que passou 60 dias apostando que "ia dar tudo errado". Teve até deputado ligado ao governo municipal incitando a população de Limoeiro contra o abastecimento de Surubim.
O guia eleitoral do PT dedicou todo o seu horário de rádio desta terça (27) para criticar a água em Surubim. Com linguajar chulo e inescrupuloso, até o "deputado de fora" foi convidado a colocar "gosto ruim", num verdadeiro festival de bizarrices.
Tal qual a torcida canarinha que vaia a posse de bola argentina, da mesma forma que os são-paulinos comemoraram o rebaixamento do Corinthians, em 2007, o fanatismo partidário leva a caminhos estranhos ao apelo popular. Inverte prioridades. Faz fugir do foco. Faz valer o egoísmo sádico: não basta vencer, tem que se achar prazer em tripudiar os despojos dos adversários. Tem que torcer contra eles, mesmo que um eventual fracasso signifique ruína coletiva ou autodestruição.
Recordo o curioso caso em que a torcida do Grêmio comemorou a contusão do jogador gremista William, durante partida contra o Votoraty, em 2010. A festa foi maior pela lesão do atacante que pela vitória por 3 x 0 sobre o rival. Esse episódio ilustra como a maldade da massa pode ignorar até a própria camisa.
Alfim, contrariando todos os prognósticos pessimistas do campo adversário, a água potável está chegando nas torneiras e beneficiará 50 mil pessoas. Estamos diante de uma realização a ser comemorada. Conquista que não representa a vitória solitária de um time ou partido; da camisa amarela ou vermelha; do PSB ou PT; mas, acima de tudo, daqueles que torcem pelo bem desta cidade.
É goooooool de Paulo Câmara, Danilo, Nilton, Ana Célia, Dr. Flávio, João, Josefa. Seu Biu, Dona Maria e de milhares de surubinenses beneficiados.
Que as arquibancadas estremeçam. Que os adversários comemorem, calem-se, critiquem ou esbravejem. Assim, mostrarão de que lado sempre estiveram.
Por Marcos Duarte
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