Amanhã, 27 de julho, o município de Limoeiro chega aos 200 anos de existência. A discussão vem à tona a partir de uma pesquisa realizada pelo poeta, advogado e professor José Barbosa de Souza.
Dr. Barbosa, como é mais conhecido, apresenta registros históricos que comprovam a criação do município. Em uma delas, o Alvará de Criação, publicado na íntegra no JORNAL DO COMMERCIO de 27.017.1961, Pg. 12; O Príncipe Regente, D. João VI, lavrou em 27 de julho de 1811 a concessão de autonomia para a criação dos municípios de Limoeiro, Cabo de Santo Agostinho, Vitória de Santo Antão e Paudalho (Apud colleão de Legislação Portuguesa, Legislação de 1811 a 1829 Lisboa, Ano de 1825). Paudalho estará realizando uma grande festa para comemorar o bicentenário em 27 de julho.
“Pela Carta Régia de 16 de junho de 1786, Limoeiro se tornou sede distrital, entretanto o predicamento de Vila somente veio vinte e seis anos depois, quando o Desembargador da Casa de Suplicação do Brasil e Ouvidor Geral da Comarca de Olinda, Clemente Ferreira de França, em 23 de maio de 1812 nomeou as seguintes autoridades:
Juiz de Órfãos: Capitão Inácio de Melo e Silva.
Juízes Ordinários: Antônio Barbosa da Silva e Francisco Xavier Camelo Pessoa.
Porém, em igualdade com Paudalho, Cabo de Santo Agostinho e Vitória de Santo Antão, Limoeiro teve sua independência deferida pelo Príncipe Regente em 27 de julho de 1811″, escreveu Antônio de Souza Vilaça, em seu livro Histórias que Limoeiro Conta. Portanto, no próximo dia 27, completa 200 anos de história.
“O mais certo é que Limoeiro não pode ter apenas 117 anos, como o entendimento a que se chegou em determinada época ,de que a independência ou autonomia surge com a eleição de prefeito e vereadores, sendo o acontecimento registrado em 6 de abril de 1893″, explicou o advogado.
Não fosse a pesquisa do Dr. Barbosa, o erro poderia deixar Limoeiro na contramão da história. Os municípios de Bom Jardim e Taquaritinga do Norte, antigos distritos de Limoeiro, foram dele desmembrados. “Bom Jardim tem 139 anos, Taquaritinga tem 119 anos, como pode o município que lhes deu origem ter 117 anos?”, questiona Barbosa.
“Não resta dúvida de que a autonomia (emancipação municipal) vem com o desmembramento que é a independência como município autônomo. A prova é que o Príncipe Regente a chamou de vila (quer dizer cidade no português de Portugal) e concedeu-lhe os mesmos poderes constituídos em cidades como Olinda; observem que no caso de Recife, eram vilas constituídas, assim como Igarassu, coisa a que Limoeiro veio tornar-se igual com o Alvará de D. João VI. Ou seja, a independência total com poder judiciário, legislativo, sede de câmara, cadeia, pelourinho, e o mais importante, distritos, coisa que só os municípios constituídos têm”, argumentou.
A descoberta originou-se a partir da criteriosidade do Dr. Barbosa em pesquisar a história de Limoeiro, cidade que não cansa de repetir que ama, pois considera que “Limoeiro é o palco de minha vida”, emociona-se. Em prova desse afeto, compôs o hino do município, uma verdadeira carta de amor.
folha de limoeiro
Fonte: Blog do Dimas Santos
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