sábado, 27 de junho de 2020

A demolição da Usina Farias e a necessidade de um parque em Surubim

Antiga Usina Farias/ Foto: Lulu/Surubim News

Após anos em pé e sem uso algum, o prédio da Usina Farias foi destruído para a construção de um loteamento sem grande importância para a cidade. A história  da cultura algodoeira em Surubim virou pó diante dos nossos olhos e assistimos passivos a tudo o que aconteceu.

Com exceção do advogado e presidente do PSOL, Alex Fernando, que entrou na justiça na época para tentar manter a construção em pé, praticamente não houve nenhuma  grande mobilização para salvar a memória do nosso povo. Graças ao cidadão Alex restou a fachada, após tombamento pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco  - FUNDARPE.

Embora o Plano Diretor do Município de Surubim garanta a preservação do patrimônio arquitetônico e histórico municipal, a Prefeitura de Surubim nada tem feito para que isso aconteça na prática. Restava a esperança para a nossa cidade que a Família Farias, uma das mais ricas e importantes de Pernambuco, doasse o terreno ou mesmo os prédios ainda  não demolidos ao município, para a implantação de um parque  municipal, tendo em vista que sendo uma das maiores e mais importantes cidades do interior pernambucano, Surubim não tem uma praça digna para a sua magnitude e importância regional.

É bom citar como exemplo que o prédio da antiga Rádio Jornal AM de Limoeiro foi doado pelo Grupo JCPM à Prefeitura de Limoeiro para a fundação de um Centro Cultural e mesmo valendo milhões de reais não foi vendido. Segundo o dono, foi um agradecimento por tudo que o povo limoeirense fez pela empresa. Bom seria se em Surubim tivesse acontecido o mesmo com a Usina Farias, ao invés de virar um empreendimento privado.

No terreno, localizado no coraçao da cidade, poderia ser construído pela prefeitura um parque municipal, com espaço para a prática de esportes, dando à população mais opções de lazer, além de melhorar a qualidade de vida dos surubinenses. Além disso, uma  grande e bela praça poderia ser feita ali, diferente das minúsculas praças que tentam embelezar o centro da cidade, mas que destoam com o tamanho da mesma.

O fato é que seja por  falta de sensilidade da família em doar o terreno para uso público ou pela falta de visão da gestão municipal em comprá-lo e transformá-lo em algo útil para o coletivo, Surubim não só perdeu um importante patrimônio histórico, como o último terreno que restava no centro da cidade para a construção de um espaço de lazer digno para o nosso povo.

Por João Paulo Lima

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