O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, vai anunciar nesta quarta-feira um pacote de mudanças no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). 'Vamos incluir um semestre a mais na avaliação do Enade, para não permitir qualquer prática que impeça uma avaliação efetiva dos estudantes', afirmou o ministro durante reunião na Comissão de Educação da Câmara para discutir o Plano Nacional da Educação.
A medida foi tomada após denúncia de que a Unip seleciona alunos para ter melhores no Enade, carro-chefe de uma campanha agressiva de marketing. O pacote de medidas torna o Enade obrigatório para todos os estudantes que concluirão o curso num determinado ano (hoje só presta o exame quem termina o curso no segundo semestre). Ainda está em discussão se o estudante que se forma no meio do ano fará a prova mesmo após concluir a faculdade, ou se quem se forma no semestre seguinte à aplicação do Enade será obrigado a participar do exame.
Além disso, a nota de alunos que mudaram de universidade no último ano da graduação será atribuída à instituição na qual ele estava matriculado antes.
No dia 2, o Estadão.edu revelou que o MEC cobrou da Unip explicações sobre indícios de irregularidades nas notas do Enade. O ministério tomou a medida com base num relatório formal que acusava a universidade de 'esconder' seus alunos com notas mais baixas, para que não façam o Enade.
A universidade entregou ontem ao MEC os dados pedidos. A vice-reitora, Marília Ancona Lopez, negou que a Unip faça seleção de alunos, mas admitiu que a universidade aumentou a reprovação de alunos nos anos anteriores ao Enade, algo que o MEC quer desestimular com o pacote. 'Criamos um processo de melhoria da qualidade do ensino. Mas, como não dá para mudar todos os cursos ao mesmo tempo, num primeiro momento decidimos trabalhar seguindo o calendário do Enade', disse. 'Tivemos o caso de um curso de Direito da capital em que 200 alunos saíram para uma instituição concorrente.'
PNE. Na Câmara, Mercadante também afirmou desejar que a votação do Plano Nacional de Educação (PNE) ocorra neste semestre. A proposta está em análise na Câmara desde o final de 2010. 'Precisamos construir um pacto suprapartidário em torno das diretrizes da educação antes que haja desmobilização em razão das eleições do segundo semestre', disse.
* Com informações da Agência Câmara
** Atualizada às 13h15 para incluir informações no segundo parágrafo
Fonte:Estadão/Portal MSN
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