Cenas marcantes nas telas brasileiras vão ser materializadas - e sonorizadas - nos palcos, em projetos de musicais brasileiros. Em 2014 e 2015 estreiam "Chacrinha, Velho guerreiro", "Os Saltimbancos Trapalhões - O musical" e "Roque Santeiro - O musical". As três peças recriam histórias clássicas na TV e no cinema do Brasil.
O êxito do gênero nos últimos anos no Brasil destacou várias obras estrangeiras ("My fair lady", "A bela e a fera"). Há sucessos mais recentes sobre cantores locais ("Tim Maia " e "Elis, a musical"). Aniela Jordan, sócia da Aventura, de "Chacrinha, velho guerreiro", vê a deixa para variar a onda brasileira - não só com musicais sobre músicos. "Agora que formamos público e atores, é hora de investir mais em coisas nacionais, de nossa cultura tão diversa", diz Aniela."Só temos a ganhar com essa memória afetiva das pessoas. Quem viu na TV não vai esquecer. No musical, elas vão poder ver outra versão, comparar, ampliar e ter outro olhar sobre a obra", diz Elza Costa, sócia da Brancalyone, produtora que vai adaptar "Roque Santeiro" a partir do texto de Dias Gomes para o teatro.
A Aventura já se aventurou por este caminho mais brasileiro herdado da TV e cinema."E se eu fosse você - O musical", inspirado nos filmes de 2006 e 2009 fez temporada no Rio e atualmente está cartaz em São Paulo.
Saiba mais sobre musicais que vão levar clássicos brasileiros da tela aos palcos:
"Os Saltimbancos Trapalhões - O musical"
O musical com Renato Aragão tem a estreia mais próxima: 26 de setembro. É o único destes três espetáculos estrelado pelo mesmo ator que brilhou na frente das câmeras. O intérprete de Didi, de 79 anos, vai ter sua primeira vez nos palcos. "A gente está trazendo esse ídolo para o palco. Ele nunca fez teatro ao vivo", comemora o diretor Cláudio Botelho. Dedé Santana e a filha de Renato, Lívian Aragão, também estão no elenco.
O musical com Renato Aragão tem a estreia mais próxima: 26 de setembro. É o único destes três espetáculos estrelado pelo mesmo ator que brilhou na frente das câmeras. O intérprete de Didi, de 79 anos, vai ter sua primeira vez nos palcos. "A gente está trazendo esse ídolo para o palco. Ele nunca fez teatro ao vivo", comemora o diretor Cláudio Botelho. Dedé Santana e a filha de Renato, Lívian Aragão, também estão no elenco.
Trata-se de um retorno às origens no palco. A história dos Saltimbancos encarnada por Didi e turma - assim como a de Roque Santeiro -, foi marcante nas telas, mas veio do teatro. "Os Saltimbancos" surgiu como peça em 1977 e virou filme com os Trapalhões em 1981. A peça é adaptação de Charles Möeller para o conto “Os músicos de Bremen”, dos irmãos Grimm, com versões musicais de Chico Buarque.
"O elenco tem vários artistas de circo, já que a peça acontece neste ambiente. Vieram acrobatas e trapezistas da Croácia, Espanha e Rússia", conta Charles. Os personagens de Mussum e Zacarias no filme foram excluídos do novo texto. Já a personagem da filha de Renato Aragão foi criada especialmente para a participação dela. Os ensaios começaram no início de agosto - Renato e Dedé começam a ensaiar neste dia 1º, disse o produtor.
"Chacrinha - Velho guerreiro"
Com roteiro de Pedro Bial e estreia em direção de musicais de Andrucha Waddington, "Chacrinha - Velho Guerreiro" será lançado no Rio em 14 de novembro. A previsão é de quatro meses de temporada carioca e, em seguida, o mesmo tempo em São Paulo.
Com roteiro de Pedro Bial e estreia em direção de musicais de Andrucha Waddington, "Chacrinha - Velho Guerreiro" será lançado no Rio em 14 de novembro. A previsão é de quatro meses de temporada carioca e, em seguida, o mesmo tempo em São Paulo.
A história será contada com dois atores principais. O mais jovem vai encarnar a história pessoal das origens de Abelardo Barbosa. "A buzina do Chacrinha, por exemplo, veio da infância pobre do Abelardo. Ele ajudava o pai, vendedor, a atrair clientes com essa buzininha", conta Aniela Jordan. O mais velho vai mostrar a face mais conhecida do apresentador de TV. O orçamento é de R$ 8 milhões.
A produtora tem uma estratégia definida para levar um sucesso da TV para o formato de musical: fazer com que o público se sinta dentro do estúdio de gravação, como se fosse um programa do artista. "Vamos fazer um espetáculo muito louco, igual ao Chacrinha. Não dá para falar dele e ser careta. Vamos reproduzir um auditório e chamar a participação do público, como ele fazia.", diz Aniela. "Quero que apareça muita gente maluca", espera.
"Roque Santeiro - O musical"
Em agosto deste ano, a Brancalyone, mesma empresa que montou "Rita Lee mora ao lado", teve aprovada pelo Ministério da Cultura uma verba de R$ 2,8 milhões para a execução do musical de "Roque Santeiro" pela Lei Rouanet. Segundo a produtora Elza Costa, o espetáculo tem previsão de estreia para 2015. O papel principal já foi confirmado pelo ator português Ricardo Pereira (das novelas "Aquele beijo", "Joia rara" e outras).
Em agosto deste ano, a Brancalyone, mesma empresa que montou "Rita Lee mora ao lado", teve aprovada pelo Ministério da Cultura uma verba de R$ 2,8 milhões para a execução do musical de "Roque Santeiro" pela Lei Rouanet. Segundo a produtora Elza Costa, o espetáculo tem previsão de estreia para 2015. O papel principal já foi confirmado pelo ator português Ricardo Pereira (das novelas "Aquele beijo", "Joia rara" e outras).
O texto é baseado na peça escrita por Dias Gomes em 1963, de nome original "O berço do herói". A peça foi montada dois anos depois e censurada pelo regime militar. Em 1975, a TV Globo começou a fazer a novela baseada no texto, mas a censura barrou novamente. Só com o fim da ditadura, em 1985, "Roque Santeiro" foi ao ar. Foi um sucesso enorme de José Wilker (Roque Santeiro), Regina Duarte (Porcina) e Lima Duarte (Sinhozinho Malta).
A produtora do novo espetáculo aposta em duas paixões do brasileiro: a história do "milagreiro" que volta à vida em Asa Branca e o gosto por musicais. "Eu acho que a linguagem do musical pegou o brasileiro pelo coração", opina Elza Costa. Ela espera que a produção ajude a consolidar uma cara brasileira para os musicais atuais. "Queremos usar a dramaturgia brasileira para fazer musicais com cara nacional", diz.
Fonte: G1
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