Ainda que controverso, o aumento da jornada escolar tem se espalhado pelo país.
O Ministério da Educação, por exemplo, possui um programa chamado Mais Educação, em que financia redes municipais e estaduais a extrapolarem as tradicionais quatro horas diárias de aula.
A meta é que 60 mil escolas estejam no programa ao final deste ano, o que representará cerca de 40% do total das escolas públicas. Em 2013, foram 49 mil unidades.
A ampliação da jornada diária é o foco da gestão do ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Fernando Haddad, seu antecessor, chegou a estudar o aumento do número de dias letivos, dos atuais 200 para 220.
"O Brasil tem muitas especificidades, como festas juninas no Nordeste e Carnaval em outras cidades. Seria difícil aumentar o número de dias letivos", disse o secretário de Educação Básica do ministério, Romeu Caputo.
"De qualquer forma, precisamos que nossos alunos fiquem mais tempo na escola, não só em atividades de ensino como também em outras atividades, como os de classe média", disse Caputo.
QUALIDADE
A necessidade do aumento da carga horária aos alunos, porém, não é consensual entre analistas. Os contrários entendem que a prioridade deveria ser melhorar as horas já reservadas aos estudantes.
Divulgado mês passado, o o relatório do Pisa –principal exame internacional de aprendizagem– afirma não haver padrão claro na relação entre desempenho dos alunos e tempo destinado às aulas nos países avaliados.
O Brasil, por exemplo, é o 58º no ranking de matemática e destina cerca de 3,5 horas semanais para a matéria.
Na relação de países com colocações melhores que à brasileira, há tanto países com carga horária maior (Canadá, 13º colocado e cinco horas semanais), quanto com jornada menor (Finlândia, 12º e três horas semanais).
"Há muita variação no uso do tempo e na qualidade deste uso", afirma a pesquisadora da USP Paula Louzano.
Ela diz que o Brasil precisa tanto ampliar a jornada quanto melhorar a sua eficiência.
Fonte: Folha de S. Paulo
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